reflexões


O ROLO 

Carolina Nalon

            Eu tenho pensado muito sobre assuntos muito profundos. Estou ostrando cada vez mais e nunca estive tão confusa e empolgada para produzir algo.Por isso a vida parece ter ganhado um sentido maior, e por mais que esteja densa está também bastante interessante. Muito mais detalhes estão sendo percebidos, e no meio disso eu estou tentando usar menos sacolas plásticas.
            Desde quando eu comecei a reparar nas sacolas plásticas (seis meses atrás) eu devo ter deixado de usar pelo menos umas quinhentas. É incrível como problemas tão banais e que parecem ter soluções técnicas (como ao invés de sacolas plásticas, o uso de sacolas retornáveis e/ou biodegradáveis) exigem na verdade mudanças de valores, condutas, postura, julgamento ...algo assim.
            A história foi a seguinte, eu parei um dia para comprar um remédio em uma farmácia, o remédio cabia na minha mão e quando o farmacêutico foi me entregar ele foi colocando o remédio numa sacola e eu disse "não precisa da sacola moço, cabe na minha bolsa" pela cara que ele fez me pareceu que essa atitude de não querer sacola é algo raro entre a clientela dele.
            Pois bem, outro dia voltei na mesma farmácia pra comprar papel higiênico. Eu estacionei o carro bem em frente à farmácia (e não foi de propósito) e sai bem rápido pra comprar o papel. De novo ele queria colocar o que estava vendendo dentro da sacola e eu disse que não precisava. Aí sim ele soltou "mas moça você vai sair por aí andando com o papel higiÊnico na mão??" e eu falei "mas meu carro tá logo ali não tem problema" ; depois eu fiquei pensando que eu dei uma resposta bem ruinzinha na verdade. Eu devia ter falado que eu não tenho problema nenhum em andar com um papel higiênico na mão, e pensando bem não tenho mesmo.
            Aliás, eu quero ver alguém me dar uma boa resposta pra isso: Qual é o problema de andar na rua com um papel higiênico na mão??Não existe um problema técnico, existe um problema de valores. A gente não pode expor nossa intimidade para os outros, como diria os outros "ninguém é obrigado a saber e imaginar que você está precisando de papel higiênico". E eu digo: mas quem é que não precisa de papel higiênico?? e falo mais: todos nós precisamos de papel higiênico e o mundo precisa de menos sacolas plásticas.
            Será que todas essas sacolinhas fazem parte de um status? Quanto mais você tem, mais você compra, e quanto mais você compra mais sacolas você acumula. Por isso deve ser legal ter sacolas. e ninguém fica sabendo o que você comprou...eles sabem do mais importante: qual é a marca você comprou.patético.
            Hoje eu comprei uma revista. A mulher também quis colocar a revista em uma sacola. Uma revista em uma sacola. Uma revista em uma sacola. Sei lá pra mim soou como um cúmulo. Que necessidades mais banais são essas que a gente nem sabe mais que tem?
            É por isso que eu acredito que para realmente acontecer alguma mudança profunda no mundo (e extremamente necessária em vista dos acontecimentos) mais do que novas regras, as pessoas terão de abrir mão de antigos valores...mais do que a solução da sacola retornável, as pessoas tem que deixar de sentir vergonha ao andar com um papel higiênico na mão. 




O REENCONTRO ENTRE A CULTURA E A EDUCAÇÃO
Karine Silva Faleiros

Para abordarmos a complexa relação entre Cultura e Educação, iniciaremos com uma reflexão sobre a necessidade de integração entre os diferentes campos do saber. Integrar saberes que na realidade nunca estiveram separados é uma tarefa de reforma do pensamento que historicamente divide e põe em caixinhas o conhecimento. Nos encontramos em um momento no qual é urgente dar movimento a transformação do pensamento e unir saberes inseparáveis.

Com disse Edgar Morin no seu necessário livro entitulado Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro: "O todo tem qualidades ou propriedades que não são encontradas nas partes, se estas estiverem isoladas umas das outras, certas qualidades ou propriedades das partes podem ser inibidas.”
Então, partindo desta reflexão, nos sentimos motivados a considerar que a Educação e a Cultura são parceiras inseparáveis, se inter-relacionam intensamente, se retroalimentam e se embelezam mutuamente.
Mas, a questão chave deste breve texto, não é reverenciar a integração entre Educação e Cultura e sim evidenciar a necessidade de seu reencontro criativo. No decorrer da história da sociedade esta íntima relação vem se dissociando por forças e conflitos entre o saber e o poder, e com isso, atualmente, nos deparamos com uma educação que dá ênfase a alfabetização, a tecnologia e a formação de especialistas, os quais vêm se mostrando de forma geral indiferentes a complexa teia da vida, ou seja, a cultura é enfraquecida como dinamizadora e transformadora da sociedade. Aqui, evidencia-se a necessidade de trazer a cultura para a renovação da educação, uma educação integrada com o movimento da vida e não isolada em compartimentos.
Porém, ao mesmo tempo em que verificamos o empobrecimento cultural da educação, verificamos também a oportunidade de estabelecer de forma concreta uma nova cultura. Uma cultura conciliatória, de convívio entre as diferenças e mais importante, uma cultura de participação na mudança do presente e do futuro da sociedade.
E aqui ficam duas perguntas para nos motivar a enfrentar a tarefa da integração real de diferentes campos do saber: Como construir esta nova cultura sem a educação e como construir uma nova educação sem a cultura?
Soluções importantes estão no planejamento de políticas públicas que integrem de forma ampla estas duas áreas, mas deve ir muito além disso, educação não acontece só na escola e sim em qualquer espaço de convívio, assim como a cultura que se realiza no encontro, dessa forma somos co-responsáveis pelo reencontro entre Educação e Cultura.
Exemplos de reencontro criativo entre a Cultura e a Educação, atuais e conectados com o contexto acima explorado, são os Pontos de Cultura distribuídos por todo o país. Em Piracicaba temos agora dois Pontos de Cultura, o Garapa e o Educomunicamos Ponto de Cultura. Contate-nos e participe desta movimentação!


EDUCOMUNICAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
Karine Silva Faleiros

Tudo, ou quase tudo, é uma questão de necessidade de grandes transformações que se iniciam com exercícios internos e vão ecoando e sendo trocados. Outra conclusão é que o encontro entre as pessoas é muito bom e propicia as trocas que propiciam as mudanças.
A raiz da palavra Comunicação é do latim communis = colocar em comum algo com o outro. A linguagem é um instrumento. Conceber as idéias, as práticas e os conhecimentos no diálogo é uma luta e uma saída do nosso lugar para o lugar do outro, sem invasão, isso traz perspectiva de renovação.
O Professor Ismar de Oliveira (Núcleo de Comunicação e Educação-USP) em uma passagem de uma fala na mesa de abertura de um evento sobre educomunicação disse algo parecido com: “há a necessidade de práticas que facilitem a comunicação entre as gerações, reconquista do planeta e das pessoas para o planeta...construção de um bem comum”.
A educomunicação nos leva aos princípios de conciliar, aproximar, revelar, dialogar, participar. Educomunicação é mais do que educação com comunicação, uma potencializa a outra.
“Descobriu-se que, há pelo menos trinta anos, uma nova prática comunicativa vem sendo gestada no seio da cultura contemporânea, levando pensadores como Paulo Freire e agentes sociais como Herbert de Souza, o Betinho, a dar à comunicação intencionalidade educativa a partir de um compromisso social definido: garantir a cada cidadão o acesso e o uso democrático dos recursos da comunicação, tendo como meta a ampliação da capacidade expressiva das pessoas, independentemente da condição social, grau de instrução, ou inserção no mercado, garantindo que o postulado que defende o 'livre fluxo' da informação seja globalizado, superando a meta liberal de se garantir a 'liberdade de expressão' tão somente aos que detêm controle sobre os sistemas de meios de informação. É a partir desse novo contexto que definimos a Educomunicação como um campo de intervenção social”(Ismar Soares, 2004) .
A educomunicação nasceu da militância e no movimento ambientalista, agora já estamos falando em educomunicação socioambiental. A frase da professora Eda Tassara possibilita uma visão da interface destes dois termos: “A crise ambiental é um palco de lutas e conflitos em torno do poder da locução”.
A mídia que está aí é reforçada pela ciência que impõe e fragmenta conhecimentos. Os discursos e informações produzidos explicam e descrevem o mundo apoiados pelo mercado e pela estrutura oferecida pelo Estado. Isso é forte.
E é bom dizer de passagem que a crise socioambiental é sem precedentes e 200 mil pessoas nascem por dia no mundão e não adianta mudar, tem que qualificar a mudança. Por exemplo, já sabemos que a informação não basta, é preciso ter informação que remeta a atitude, (ui). Esse parágrafo é uma adaptação de frases do André Trigueiro (jornalista da Globo News).
Os jovens já falaram e repetem em diferentes momentos:
“Sim queremos mídia de qualidade, desde que feita por nós mesmos, ou feita por vocês adultos com a nossa participação.” E assim qualidade de vida está junto com participação, qualidade em geral tem a ver com participação e então a participação qualifica a mudança.
As definições, palavras e termos da educomunicação dão força para esta qualificação da mudança necessária: Construção de ecossistemas abertos e criativos que propiciem processos democráticos e compartilhados; ação organizada para entender o que é a comunicação dialógica; criação de espaço coletivo de produção de cultura...
Como nós vamos retomar o poder da locução? Já estamos?
Parece que a educomunicação é mais uma oportunidade de emancipação.
Mas como sempre aí estão os desafios, alguns deles: necessidade evidente de discussão de políticas de comunicação, de juventude, de tudo; despadronizar a vida e/ou rever padrões; responder à incógnita do “cavalo de tróia” da tecnologia e da internet; a escola não está acompanhando a velocidade da comunicação, dentre muitos outros.
E tudo ou quase tudo é uma questão de necessidade de grandes transformações que se iniciam com exercícios internos e que vão ecoando e sendo trocados. Outra conclusão é que o encontro entre as pessoas é muito bom e propicia as trocas com qualidade as quais propiciam as mudanças com qualidade.

MICROPOLÍTICAS E PONTO (DE CULTURA)

Karine Silva Faleiros

Esta noite eu sonhei que estava discutindo política com alguma figura desconhecida, mas o tipo da pessoa era daquelas que não gostam de chegar num consenso . Era uma discussão inflamada, mas não era partidária.
Eu queria defender a idéia das micropolíticas, porque as micropolíticas isso, as micropolíticas aquilo e tal e coisa, explicando tudo tim tim por tim tim... para essa defesa eu dizia que me sentia tão distante e impotente na macropolítica, aquela política dos chamados políticos, os tais prefeitos, presidentes, governadores, senadores, deputados, putados, opsss. Distante e impotente porque voto não quer dizer democracia, está muito longe disso e tatatatatatatá, tititititittiti, e eu brigava, porque a pessoa não me entendia e dizia que eu estava viajando.
Daí eu cansei da conversa e acordei.
Depois pensando na micropolítica do sonho, entendi o que eu estava querendo dizer, o lance é que todo mundo tem potencial e dever de ser político, político no bom sentido, putz grila, aquele participante da transformação que quer, seja na casa, na rua, no sítio, na praça da esquina...onde for, transformação nos espaços micro sem desconexão com o macro.
O que eu queria mesmo dizer pra ele era: na prática o ponto de cultura é um espaço de praticar micropolítica e ponto.


O QUE A CULTURA TEM A VER COM O MEIO AMBIENTE?
Karine Silva Faleiros


O Educomunicamos Ponto de Cultura vai trabalhar integrando Cultura e Ambiente. O que é que uma coisa tem a ver com a outra?

É bom nos exercitarmos no sentido de integrar, parece que o mundo faz mais sentido. Juntar as coisas que na realidade nunca estiveram separadas, esta é uma tarefa de reforma do pensamento que historicamente divide e põe em caixinhas o conhecimento.
O Educomunincamos Ponto de Cultura quer dar movimento a transformação do pensamento: unir saberes inseparáveis.
Com disse Edgar Morin no seu necessário livro entitulado Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro: "O todo tem qualidades ou propriedades que não são encontradas nas partes, se estas estiverem isoladas umas das outras, e certas qualidades ou propriedades das partes podem ser inibidas pelas restrições provenientes do todo."
E só pra exercitar: O que seriam dos Bonecos de Elias se não fosse o Rio Piracicaba?


NOVA MÍDIA?
Karine Silva Faleiros

A educomunicação alimenta o processo de humanização, contribui para acessar o direito à expressão e o poder da locução. Tem-se a oportunidade de construir coletivamente a informação e o saber e assim construir uma nova mídia, uma mídia de diversidade, diferente da mídia “vigente” que chega à maioria reforçada pela ciência que impõe e fragmenta conhecimentos e que descreve o mundo apoiada pelo mercado e pela lógica "emissor-receptor".

Nessa lógica "emissor-receptor" o emissor tem controle e poder sobre a própria mídia e os meios de informação e o receptor se estabelece por consequência e reflexo de toda uma complexa dinâmica social, como mero telespectador da mídia, da vida e da sociedade.
A nova mídia se estabelece na relação íntima entre processo e resultado, é composta por construção de saberes e geração de informações sobre realidades diversas. Mídia que ao ser produzida propicia contato e conhecimento sobre a própria realidade por parte de quem a produz. Conhecendo melhor a realidade é possível transformá-la melhor, e dessa forma o processo de aprendizagem gerado pela educomunicação se configura como um ato social no qual o receptor e telespectador da mídia, da vida e da sociedade passa a ser também produtor de conhecimento e informação e agente de transformação.

NOVA MÍDIA NA PRÁTICA

Repórter por um dia nos bairros Jardim Oriente e Água Branca(Rocirres, Mislaine, Gustavo, Letícia, Thiago, Karine, Elis, Ronaldo, Erik, Beatriz, Mirian e Daiani)
* esta matéria foi publicada pelo Jornal Folha Cidade em Abril de 2008No dia 22 de abril de 2008, nós do Grupo AÇÂO JOVEM, jovens moradores dos bairros Água Branca e Jardim Oriente, realizamos o fechamento de uma atividade de percepção socioambiental através da realização de entrevistas pelos nossos bairros. Tais entrevistas foram elaboradas e aplicadas por nós mesmos, em nossos encontros quinzenais que ocorrem às terças feiras das 14 às 16 horas, na sala da assistência social do bairro Jardim Oriente que localiza-se em frente a praça central. Esta atividade é um dos resultados de um trabalho que vem sendo articulado pelo projeto Nós do Pisca e pelo CRAS (Centro de Referencia em Assistência Social ligado à SEMDES) desde o início de 2007.

O grupo Ação Jovem é um programa do Governo do Estado de São Paulo que se preocupa com a conclusão do ensino básico de jovens em situação de vulnerabilidade, possibilitando-lhes continuar o aprendizado para seu desenvolvimento pessoal e preparação para o exercício de cidadania.
A elaboração dos questionários que foram aplicados a outros jovens pertencentes a comunidade, foi feita de forma participativa, onde colocamos nossas opiniões e interpretações sobre o que para nós realmente é relevante em nossas vidas e no desenvolvimento dos bairros em que vivemos. Esta atividade começou com o grande incentivo que a equipe jornalística do jornal Folha Cidade nos deu, com dicas de como fazer estas entrevistas, quando fizeram uma visita ao Jardim Oriente e participaram de uma de nossas reuniões. Aproveitamos para agradecer a oportunidade de mostrar a nossa realidade e nossas opiniões neste jornal.
Nós elaboramos um questionário de vinte cinco questões abertas que abordavam dados pessoais como: nome, idade, bairro em que moram, quantos anos mora no bairro, contribuições que possam fazer e o que se pode melhorar bairro. Temas ambientais também tiveram destaque na elaboração do questionário, foram abordados cuidados com lixo produzido no bairro, cultivo e cuidados com as plantas e os arredores das casas e áreas de lazer, respeito dos participantes com os rios e tratamento das águas de rede pública. E por último foi inserida também uma questão que para nós tem muito valor: O que você espera da sua vida?
Abaixo segue um resumo dos dados que foram obtidos com este trabalho no qual foram entrevistados 12 jovens também moradores do bairro água branca e Jardim Oriente.
Consta em nossos dados que os entrevistados encontram-se na faixa dos 13 e 17 anos, a grande maioria vive a mais de oito anos no local e gosta do bairro, pois o consideram um bom lugar para se morar. Os entrevistados também apontaram que nos bairros houve melhoria considerável na infra-estrutura como a chegada do asfalto, escola e transporte, contudo apontaram que falta certa melhoria na segurança, saúde, lazer e manutenção pública. Metade dos entrevistados disse que contribuiu para melhoria do local participando de reuniões ou encontros de grupos e apenas dois disseram que contribuem passivamente através do pagamento de impostos.
Quanto à questão do lixo gerado pela população local apenas dois entrevistados sabem a quem procurar para denúncias de irregularidades e dois dizem fazer a separação dos resíduos domésticos, a grande maioria citou que os resíduos gerados vão para as lixeiras, caminhões de lixo e lixão.
Em relação ao que se tratava das águas nas comunidades, todos sabem da existência de rio perto de onde moram, oito dizem não gostar do rio, apenas um acha o rio bom. A maioria reconhecem a poluição como ponto negativo, cinco deles citam os nomes dos rios próximos, três do Piracicamirim e dois do taquaral. Todos disseram haver tratamento de esgoto em suas casas e quanto à qualidade da água oito consideram a água da rede boa, mas também constam queixas em relação a quantidade de cloro e a cor amarelada.
Outro tema de grande importância tratado nos questionários foi, os pontos positivos e negativos das plantas e das áreas de lazer da comunidade: dois entrevistados responderam que as plantas não têm nada de positivo e os outros citaram a sombra e o ar como pontos de importância, três respostas relacionam a sujeira como ponto negativo e maioria não tinha nada a comentar. Quanto à localização e os prós e contras das áreas de lazer, os entrevistados não mostraram consenso em relação a um local adequado para a instalação de uma nova área de lazer e ou mudança de local das que já estão instaladas, metade citou a diversão, esportes e lazer como pontos positivos e muitos pontos negativos foram lembrados, uso dos espaços para o consumo de drogas, má condição de uso como mato alto, vandalismo e falta de limpeza.
Com este trabalho de análise e interpretação dos dados gerados nas entrevistas aplicadas aos a jovens dos bairros Água Branca e Jardim Oriente, o grupo AÇÂO JOVEM chegou à conclusão de que ainda falta infra-estrutura para melhoria dos bairros e principalmente informação, educação e mobilização dos moradores para resolução dos problemas comuns, porém uma questão de muita relevância foi sobre o que eles esperam da vida: apenas três deles pensam em sair do bairro na espera de uma vida melhor enquanto oito deles se mostraram positivos as suas vidas nas comunidades com esperança de melhora.